Páginas

16.11.05

Segredo

Esta noite morri muitas vezes, á espera
De um sonho que viesse de repente
E ás escuras dançasse com a minha alma,
Enquanto fosses tua a conduzir
O seu ritmo assombrado nas trevas do corpo,
Toda a espiral das horas que se erguessem
No poço dos sentidos. Quem és tu,
Promessa imaginária que me ensina
A decifrar as intenções do vento,
A música da chuva nas janelas
Sob o frio de Fevereiro? O amor
Ofereceu-me o teu rosto absoluto,
Projectou os teus olhos no meu céu
E segreda-me agora uma palavra
O teu nome - essa última fala da última
Estrela quase a morrer
Pouco a pouco embebida no meu próprio sangue
E o meu sangue à procura do teu coração.
Fernando Pinto do Amaral

1 comentário:

V disse...

Gostei de conhecer este cantinho cheio de magias.
Beijinhos